Após chamar os cristãos à perseverança, olhando para Jesus, o autor de Hebreus explica por que Deus permite provações: elas são disciplina paterna, expressão do Seu amor, cujo propósito é formar santidade.
- (Hebreus 12:1-4) (1) "Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, (2) tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus. (3) Pensem bem naquele que suportou tal oposição dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem se desanimem. (4) Na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o ponto de derramar o próprio sangue."
(Hebreus 12:5-11)
(5) "Vocês se esqueceram da palavra de ânimo que ele lhes dirige como a filhos: "Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão,
O autor relembra Provérbios 3:11-12, que adverte:
- (Provérbios 3:11-12) (11) "Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados. (12) "Portanto, fortaleçam as mãos enfraquecidas e os joelhos vacilantes."
Quando enfrentamos tempos difíceis, não devemos ignorar o que Deus quer nos ensinar, nem desanimar por causa disso.
Deus age como um Pai amoroso que corrige para amadurecer e fortalecer.
Devemos evitar dois extremos:
- A indiferença, que trata a correção como algo sem importância;
- O desespero, que faz crer que não suportaremos.
A postura certa é ver a disciplina como prova do amor de Deus e oportunidade de crescimento espiritual.
(6) pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho".
- A disciplina é marca do amor paternal.
Deus corrige porque ama - não por ira, mas por zelo.
A correção é sinal do Seu cuidado e da Sua intenção de nos conduzir à maturidade.
Ela não é castigo arbitrário, mas expressão de um amor que prefere ferir para curar, em vez de consentir na destruição.
Assim como em Apocalipse 3:19 e Salmo 94:12, a Palavra confirma:
- "Bem-aventurado o homem a quem disciplinas, Senhor, e a quem ensinas da tua lei."
Portanto, não interprete a provação como rejeição, mas como evidência do amor disciplinador de Deus.
(7) Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Pois, qual o filho que não é disciplinado por seu pai?
- O sofrimento do cristão é treinamento paternal, não punição impessoal.
Tudo o que Deus permite tem propósito educativo e redentor.
Ele trata Seus filhos com firmeza e ternura - o objetivo não é ferir, mas formar.
Encare o sofrimento de outra forma: ele não é um acidente, nem apenas um ataque, mas uma lição do Pai que deseja produzir caráter e dependência.
A melhor resposta é perseverar com o coração confiante de quem sabe que é filho amado.
(8) Se vocês não são disciplinados, e a disciplina é para todos os filhos, então vocês não são filhos legítimos, mas sim ilegítimos.
- A ausência de disciplina seria sinal de não filiação.
O Pai corrige porque reconhece como filhos; a indiferença seria sinal de rejeição.
A correção, portanto, confirma a nossa adoção espiritual (Romanos 8:14-17).
A disciplina não nos exclui - ela nos identifica como parte da família de Deus.
Por isso, ao invés de se escandalizar com a correção, encontre consolo nela: é a prova de que o Pai o ama demais para deixá-lo seguir sem direção.
(9) Além disso, tínhamos pais humanos que nos disciplinavam, e nós os respeitávamos. Quanto mais devemos submeter-nos ao Pai dos espíritos, para assim vivermos!
Do menor ao maior: se respeitamos pais terrenos, falhos e limitados, quanto mais devemos submeter-nos ao Pai celestial, que é perfeito em amor e justiça.
A disciplina d'Ele não destrói - vivifica.
A atitude correta é submissão reverente, a obediência confiante de um filho que sabe que o Pai nunca erra em Seu método.
- (Tiago 4:7) "Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês."
- (1 Pedro 5:6) "Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido."
(10) Nossos pais nos disciplinavam por curto período, segundo lhes parecia melhor; mas Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos da sua santidade.
Há um contraste entre a disciplina humana, temporária e falível, e a disciplina divina, perfeita e voltada à santidade.
O propósito da correção de Deus é moldar nosso caráter segundo o Seu, produzindo em nós o fruto da semelhança com Cristo.
- (1 Pedro 1:15-16) (15) "Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, (16) pois está escrito: "Sejam santos, porque eu sou santo."
- (Romanos 8:29) "Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos."
O alvo da disciplina não é apenas o comportamento, mas o caráter transformado.
Ela não busca apenas correção moral, mas santificação interior.
(11) Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados."
- A disciplina dói no momento, mas frutifica depois.
Ela gera paz e justiça - não ausência de problemas, mas shalom: plenitude, equilíbrio e comunhão com Deus.
Permita-se passar pelo processo. A dor é o instrumento, não o destino.
Depois vem o resultado: o fruto pacífico de justiça.
- (Tiago 3:18) “O fruto da justiça semeia-se em paz para os que promovem a paz.”
- (Salmo 119:67,71) (67) "Antes de ser castigado, eu andava desviado, mas agora obedeço à tua palavra." (71) "Foi bom para mim ter sido castigado, para que aprendesse os teus decretos."
A pedagogia do amor de Deus:
- Filiação - Disciplina amorosa: Deus corrige porque ama.
- Propósito - Santidade: O alvo é que participemos da Sua natureza santa.
- Método - Treinamento: A disciplina é formativa, não apenas corretiva.
- Resultado - Paz e Justiça: Para os "exercitados", o fim é fruto pacífico e maduro de justiça.
A disciplina divina é pedagogia do amor - o Pai não apenas pune, mas forma o caráter dos Seus filhos.
Aplicações práticas:
- Reinterprete suas provações: veja-as como aulas do Pai, não como rejeição.
- Evite extremos: nem desprezar (indiferença) nem desfalecer (desespero).
- Submissão confiante: obedeça ao Pai dos espíritos; Sua disciplina é sempre para o nosso bem.
- Olhe para o "depois": persevere até colher o fruto pacífico de justiça - a dor é instrumental, não final.
Graça e paz,
Pra. Angela Caldas.
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