terça-feira, 28 de outubro de 2025

A cegueira que revela a glória de Deus

Introdução:

Neste relato, Jesus transforma uma tragédia de nascimento em palco da graça divina. O homem nasceu cego, mas Cristo revela que até as dores mais profundas podem conter propósitos eternos.

O episódio não é apenas sobre um milagre físico, mas sobre a correção de uma visão espiritual distorcida - a ideia de que todo sofrimento é punição direta pelo pecado. Jesus mostra que há dores que não vêm para condenar, mas para manifestar a glória de Deus.


(João 9:1-3)

(1) "Ao passar, Jesus viu um cego de nascença.
  • Literalmente, o texto diz: “Ao passar Ele” - expressão que indica movimento contínuo.
Jesus não estava estacionado; Ele caminhava, mas, mesmo passando, viu.

O verbo usado aqui expressa um olhar intencional e compassivo.

Jesus não apenas notou o homem - Ele o discerniu, o contemplou com amor e propósito.

Este encontro não partiu de um pedido humano, mas da iniciativa divina: a graça encontrou o necessitado no caminho.
  • A graça de Cristo não precisa ser chamada; ela se inclina espontaneamente sobre o sofrimento humano.

(2) Seus discípulos lhe perguntaram: "Mestre, quem pecou: este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego?"
  • Os discípulos, influenciados pelo pensamento religioso da época, interpretam o sofrimento à luz da culpa.
Para eles, toda enfermidade era consequência direta de algum pecado - do próprio homem ou de seus pais. Mas Jesus não compartilha dessa visão limitada.

Enquanto a mente humana busca culpados, o coração divino busca curar e revelar propósito.

Eles perguntam “quem errou?”, mas Cristo responderá: “para que Deus seja glorificado.
  • A mentalidade legalista julga o ferido; a graça se aproxima dele para restaurar.

(3) Disse Jesus: "Nem ele nem seus pais pecaram, mas isto aconteceu para que a obra de Deus se manifestasse na vida dele."

Aqui Jesus corrige a compreensão distorcida da relação entre pecado e sofrimento.

Nem toda dor é fruto de culpa; algumas são o cenário providencial onde a glória de Deus se revelará.

A cegueira daquele homem não era castigo, mas o palco preparado para o poder divino se manifestar.

A adversidade que o prendia desde o nascimento se tornaria testemunho da ação sobrenatural de Deus.
  • O sofrimento humano pode ser o meio pelo qual Deus manifesta Seu poder, Sua misericórdia e Sua sabedoria.

Aplicação prática:
  • Nem toda dor é castigo. Muitas vezes, a aflição é o terreno onde Deus planta a semente da revelação.
  • O sofrimento do justo pode ser o instrumento divino que ilumina a fé de outros.
  • Onde o mundo vê maldição, Cristo vê oportunidade. Cada lágrima pode se tornar lente pela qual a glória de Deus é vista com mais clareza.
A verdadeira cura começa quando deixamos de perguntar “por quê?” e passamos a confiar em “para quê?”


Conclusão:

O homem nasceu cego para que, em sua vida, a obra de Deus fosse revelada.

Assim também, há dores em nós que existem para que o poder de Cristo se manifeste em meio à fraqueza.

Jesus não apenas abre olhos físicos - Ele ilumina entendimentos obscurecidos.

O milagre deste texto não é apenas ver com os olhos, mas entender com o coração que até o sofrimento pode servir à glória do Senhor.


Graça e paz,
Pra. Angela Caldas.


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