1ª Semana:
Abertura do seminário:
Texto base:
(Mateus 6:5-8)
(5) "E quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos outros. Eu lhes asseguro que eles já receberam sua plena recompensa.
(6) Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está no secreto. Então seu Pai, que vê no secreto, o recompensará.
(7) E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos.
(8) Não sejam iguais a eles, porque o seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem."
Jesus ensina sobre a necessidade da oração sincera diante de Deus. Ele não reprova a oração em si, mas a motivação errada de quem busca a atenção dos homens em vez da intimidade com o Pai.
A oração não deve ser uma vitrine, mas um altar de comunhão.
Jesus também não condena a insistência (ou importunação) na oração. Insistir com fé é aceitável, desde que a motivação permaneça pura. A oração não pode ser vazia nem mecânica: ela é um momento sagrado de comunhão com Deus.
Aplicação prática:
- Examine suas motivações ao orar. Reserve tempo todos os dias para estar a sós com Deus, sem distrações e sem preocupação em impressionar ninguém. Pratique a oração no secreto, abrindo seu coração com sinceridade, e confie que Ele ouve e responde no Seu tempo.
Reflexão:
- Sua vida de oração é mais um ritual ou uma conversa íntima com o Pai? Lembre-se: mais do que palavras bonitas, Deus espera um coração quebrantado e uma fé genuína que O busca no secreto.
Versículos complementares:
(Mateus 26:42-44), (2 Coríntios 12:7-8), (Efésios 3:20-21).
Ministração: Orando em todo o tempo
Nos Evangelhos, vemos como a oração era prática essencial na vida e no ministério de Jesus. Ninguém valorizou mais a oração do que Ele. Jesus foi e é o maior exemplo de vida de oração para os discípulos de todos os tempos.
- (Lucas 11:1) "E aconteceu que, estando ele a orar num certo lugar, quando terminou, um dos seus discípulos lhe pediu: 'Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos'."
A vida de oração de Jesus nos ensina que comunhão com o Pai é indispensável para qualquer servo de Deus. Ele orou:
- No batismo: (Lucas 3:21,22)
- Jesus orou toda a noite antes de escolher os Doze: (Lucas 6:12-16)
- Jesus orou no monte, e enquanto orava, transfigurou-se: (Lucas 9:28,29)
- Em montes e lugares solitários: (Mateus 14:23; Lucas 5:16)
- Antes de ressuscitar Lázaro, Jesus orou em gratidão ao Pai: (João 11:41-44)
- Getsêmani, angústia e perseverança em oração: (Mateus 26:36-44; Lucas 22:40-46)
- De madrugada e sozinho: (Marcos 1:35; Mateus 14:23)
- Na cruz: (Lucas 23:46)
- Oração sacerdotal por Si mesmo, pelos discípulos e pelos que creriam: (João 17:1-26)
Jesus terminou Sua jornada da mesma forma que viveu: orando. Ele não apenas orou por Si mesmo, mas intercedeu por nós. Assim, somos chamados a cultivar uma vida de oração perseverante e constante, seguindo Seu exemplo.
Aplicação prática:
- Separe diariamente um tempo para estar com Deus em oração, mesmo em meio às rotinas agitadas. Use os exemplos de Jesus como inspiração: ore pela manhã, ore antes de decisões importantes, ore em momentos de angústia e gratidão. Faça da oração um hábito, não uma exceção.
Reflexão:
- A vida de Jesus foi marcada por oração do começo ao fim. E a sua vida? É marcada por pressa, por silêncio diante de Deus ou por intimidade com o Pai? O Senhor nos chama hoje a imitá-Lo em comunhão, pois quem ora se fortalece e caminha segundo o coração de Deus.
Versículos complementares:
- (1 João 5:14,15): Confiança ao pedir.
- (Hebreus 5:7): Oração de Jesus com lágrimas.
- (1 Tessalonicenses 5:17): Oração sem cessar.
- (Atos 6:4): A Igreja primitiva dedicava-se à oração.
2ª Semana:
Abertura do culto:
Texto base:
(João 16:23b) “Eu lhes asseguro que meu Pai lhes dará tudo o que pedirem em meu nome.”
A oração feita em nome de Jesus não é uma fórmula mágica. É um recurso espiritual poderoso, fundamentado na obra redentora de Cristo na cruz. Orar em nome de Jesus significa invocar Sua autoridade, reconhecendo nossa dependência d'Ele e nos submetendo à Sua vontade.
Para que nossas orações sejam atendidas, é necessário que:
Viver em santidade (Isaías 59:2: o pecado cria barreira).
- Orar com sabedoria (Tiago 4:3: pedir mal, para fins egoístas, não é atendido).
- Orar segundo a vontade de Deus (1 João 5:14,15).
Esperar o tempo de Deus (Eclesiastes 3:1).
Versículo complementar:
(Efésios 1:3).
Aplicação prática:
- Examine seu coração antes de orar: arrependa-se de pecados que ainda o prendem, alinhe suas petições com a Palavra de Deus e esteja disposto a aceitar a resposta d'Ele, seja ela qual for. Ore em nome de Jesus com fé, não como um rito vazio, mas confiando no Seu poder e soberania.
Reflexão:
- Orar em nome de Jesus é um privilégio que custou o preço da cruz. É entrar na presença do Pai com ousadia porque Ele abriu o caminho. Você tem usado esse privilégio com reverência e fé, ou como uma repetição automática? Hoje é tempo de redescobrir a profundidade e o poder que há em invocar o nome de Jesus em oração.
Ministração: O poder da importunação
Texto base:
(Lucas 18:1-8)
A perseverança na oração e a fé inabalável, mesmo quando a resposta parece tardar:
(1) "Então Jesus contou aos seus discípulos uma parábola, para mostrar-lhes que eles deviam orar sempre e nunca desanimar.
Jesus apresenta a oração como um dever contínuo e vital. Desistir de orar é negligenciar um dos maiores privilégios concedidos por Deus.
(2) Ele disse: "Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus nem se importava com os homens.
Esse juiz era um homem sem temor de Deus e sem respeito pelo próximo. Sua frieza revela a dureza do coração humano.
(3) E havia naquela cidade uma viúva que se dirigia continuamente a ele, suplicando-lhe: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário’.
A viúva representa os oprimidos, que clamam por justiça. Sua insistência revela uma fé confiante, que não se deixa intimidar pela indiferença.
(4) Por algum tempo ele se recusou. Mas finalmente disse a si mesmo: ‘Embora eu não tema a Deus e nem me importe com os homens,
(5) esta viúva está me aborrecendo; vou fazer-lhe justiça para que ela não venha me importunar’".
O juiz cedeu não por compaixão, mas por persistência. Isso revela que até o injusto pode atender à insistência - quanto mais o nosso Pai justo e bondoso!
(6) E o Senhor continuou: Ouçam o que diz o juiz injusto.
Jesus destaca que até um homem perverso se curva à persistência. Logo, como duvidar do cuidado do Pai?
(7) Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará fazendo-os esperar?
Deus não é indiferente ao clamor dos Seus filhos. Mesmo que pareça demorar, Ele está agindo com propósito - moldando caráter e exercitando fé.
(8) Eu lhes digo: ele lhes fará justiça, e depressa. Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?"
A justiça divina virá no tempo certo, como resposta ao clamor perseverante que demonstra uma fé viva. O clamor perseverante é sinal de fé viva. Jesus encerra com um questionamento desafiador: “Quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?” (v.8b)
Aplicação prática:
- Não desista de orar por aquilo que está em seu coração e está alinhado com a vontade de Deus. Persevere, mesmo quando parecer que nada está acontecendo. A demora não significa abandono; é um convite para crescer em fé e confiança. Ore dia e noite, com ousadia, sabendo que Deus é justo e fiel para atender ao clamor dos seus escolhidos.
Reflexão:
- A persistência na oração não muda Deus, mas transforma você. Ela molda seu caráter, fortalece sua fé e aprofunda sua intimidade com o Pai. Quando tudo parece silencioso, não desanime: continue clamando. O Pai ouve cada súplica e já está agindo, mesmo que você não perceba. Ore sem cessar, com confiança, até ver as respostas se manifestarem no tempo de Deus.
Versículos complementares:
(1 Tessalonicenses 5:17), (2 Pedro 3:9), (Isaías 62:6,7), (Gálatas 5:22), (Gênesis 15:16), (Romanos 2:4-6), (João 17:25), (Salmo 90:4), (Hebreus 4:16).
3ª Semana:
Abertura do culto:
Texto base:
(Marcos 11:23,24)
(23) “Eu lhes asseguro que, se alguém disser a este monte: ‘Levante-se e atire-se no mar’, e não duvidar em seu coração, mas crer que acontecerá o que diz, assim lhe será feito.”
(24) “Portanto, eu lhes digo: tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim lhes sucederá.”
Jesus nos ensina que a fé, quando expressa na oração, tem poder para mover qualquer obstáculo. A palavra "monte" aqui é usada como figura de linguagem - um recurso comum entre os judeus para se referir a obstáculos enormes. Os rabinos conhecidos por resolverem grandes problemas eram chamados de “removedores de montes”.
Muitos fracassam na vida de oração porque, mesmo orando, já esperam não serem atendidos. Precisamos orar crendo que Deus pode agir - e confiar nos resultados, mesmo quando eles não forem imediatos.
Aplicação prática:
- Enfrente seus “montes” espirituais declarando com fé a promessa de Deus para a sua vida. Ore com confiança, acreditando que o Pai ouve e responde segundo a Sua vontade. Não deixe a dúvida apagar a sua esperança: a fé perseverante abre caminhos onde antes havia impossibilidade.
Reflexão:
- Quando você ora, qual é a expectativa do seu coração? A fé verdadeira não apenas pede, mas já agradece, porque confia que Deus está no controle. Diante dos “montes” que se levantam, lembre-se: sua oração de fé pode movê-los para o mar. Não duvide: Deus ainda faz milagres.
Versículos complementares:
(Tiago 1:6,7), (Tiago 5:16b), (Mateus 21:21), (Hebreus 11:1), (Salmo 27:14).
Ministração: Oração modelo
Texto base:
(Mateus 6:9-13)
Jesus não nos deu esta oração para ser apenas repetida mecanicamente, mas como um modelo de oração que nos ensina:
- A ordem de prioridades espirituais;
- A alinhar nossos pedidos à vontade de Deus.
(9) "Vocês, orem assim: ‘Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome.
Jesus nos ensina a orar ao Pai, em nome do Filho, guiados pelo Espírito Santo. Somos uma família espiritual. O nome de Deus deve ser honrado e reverenciado.
(10) Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.
A oração nos chama a viver sob os princípios do Reino de Deus, desejando que Sua vontade se cumpra plenamente em nossa vida, como já acontece no céu.
(11) Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia.
Reconhecemos nossa total dependência de Deus, até mesmo para o sustento diário. (Mateus 6:34)
(12) Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.
O perdão deve ser cultivado diariamente: precisamos sondar nosso coração, liberar perdão a quem nos ofendeu e pedir perdão a Deus pelos nossos pecados.
(13) E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém’."
A oração fortalece contra as tentações e nos lembra da soberania de Deus sobre todas as coisas. Terminamos reconhecendo que tudo pertence a Ele.
Aplicação prática:
- Use a oração-modelo como guia diário para suas conversas com Deus. Comece exaltando o nome d’Ele e desejando que Sua vontade prevaleça. Confie no cuidado de Deus para o seu sustento diário, mantenha o coração limpo pelo perdão e peça forças para vencer as tentações. Faça dessa oração não um ritual, mas um roteiro para uma vida espiritual equilibrada e frutífera.
Reflexão:
- Quando você ora, você realmente deseja a vontade de Deus ou apenas que Ele atenda a sua? A oração ensinada por Jesus revela que a essência da vida cristã é a submissão a Deus, a confiança em Sua provisão e a disposição para perdoar. Ore com um coração humilde e confiante, e você experimentará a paz de quem está alinhado com o céu.
Versículos complementares:
(Salmo 148:13), (1 Timóteo 2:5), (1 Pedro 1:16), (Mateus 6:33), (Provérbio 19:21), (Mateus 26:39), (1 João 1:9), (Efésios 4:31,32), (1 Crônicas 29:11).
4ª Semana:
Abertura do culto:
Texto base:
(Mateus 17:20) “Ele respondeu: ‘Porque a fé que vocês têm é pequena. Eu lhes asseguro que, se tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte: ‘Vá daqui para lá’, e ele irá. Nada lhes será impossível.”
O grão de mostarda era conhecido, na época, como a menor das sementes, mas ao ser plantado, crescia e se tornava uma grande hortaliça. Assim é a fé: pequena no começo, mas com o exercício constante, pode crescer e produzir resultados extraordinários.
A fé precisa ser colocada em prática por meio da oração. Quando oramos com fé, experimentamos o agir de Deus sobre nossas impossibilidades.
Aplicação prática:
- Exercite sua fé todos os dias com pequenas atitudes: ore mesmo quando duvidar, declare a Palavra mesmo diante do medo, e dê passos de obediência mesmo sem ver o resultado imediato. A fé cresce quando é colocada em ação.
Reflexão da abertura:
- Não importa o tamanho inicial da sua fé, mas em quem ela está firmada. Um coração disposto a crer no poder de Deus verá o impossível se tornar realidade, pois para Ele nada é impossível.
Versículos complementares:
(Romanos 12:3b), (Lucas 1:37), (Marcos 11:22–24), Hebreus 11:6).
Ministração: Sendo ousado e confiante na oração
Texto base:
(Lucas 11:5-10)
Jesus ensina que devemos nos aproximar de Deus com ousadia e confiança:
- Para apresentar nossas necessidades;
- Para interceder por outros;
- E para buscar socorro nos momentos de urgência.
(5) "Então lhes disse: "Suponham que um de vocês tenha um amigo e que recorra a ele à meia-noite e diga: ‘Amigo, empreste-me três pães,
(6) porque um amigo meu chegou de viagem, e não tenho nada para lhe oferecer’.
Aqui, vemos a urgência e a dependência. Mesmo em circunstâncias inoportunas, o homem recorre ao amigo com ousadia, certo de que pode contar com sua ajuda.
(7) E o que estiver dentro responda: ‘Não me incomode. A porta já está fechada, e meus filhos estão deitados comigo. Não posso me levantar e lhe dar o que me pede’.
Essa resposta inicial reflete os obstáculos que muitas vezes enfrentamos ao buscar algo, mas Jesus nos ensina a não desistir.
(8) Eu lhes digo: embora ele não se levante para dar-lhe o pão por ser seu amigo, por causa da importunação se levantará e lhe dará tudo o que precisar.
A persistência demonstra fé e é recompensada por Deus, que honra aqueles que não desistem. Assim também é com Deus: Ele honra a fé ousada e perseverante dos que confiam n’Ele.
(9) Por isso lhes digo: Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta.
(10) Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta."
Jesus nos incentiva a continuar pedindo, continuar buscando, continuar batendo. A oração perseverante é uma expressão de fé viva.
Deus ouve a nossa oração: (Lucas 18:7,8).
Aplicação prática:
- Não deixe que os “nãos” momentâneos, o silêncio ou os obstáculos te desanimem de orar. Continue batendo às portas do céu, crendo que Deus ouve e responderá no tempo certo. Ore com ousadia por suas necessidades e também por aqueles que Deus colocou no seu caminho.
Reflexão:
- A ousadia na oração não é arrogância, mas confiança no caráter de Deus. Quem ora com confiança demonstra que crê no cuidado do Pai, mesmo quando a resposta parece demorar. O céu se move quando a fé insiste.
Versículos complementares:
(Josué 10:12,13), (1 Crônicas 4:9,10), (Tiago 5:16b), (Romanos 8:26,27, 34), (2 Crônicas 20:9), (2 Crônicas 7:14), (1 João 5:14,15), (Filipenses 4:19).
5ª Semana:
Abertura do culto:
Texto base:
(João 15:7) “Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes será concedido.”
Permanecer em Jesus é um chamado à comunhão constante. Isso significa:
- Dependência total d’Ele;
- Relacionamento contínuo com o Pai;
- Obediência à Sua Palavra.
Essa permanência não só gera frutos espirituais, mas também nos ensina a orar segundo a vontade de Deus. A oração eficaz nasce da intimidade com Cristo, e por isso recebemos o que pedimos: pois nossa vontade já está alinhada ao coração do Pai.
Aplicação prática:
- Pergunte-se hoje: tenho permanecido em Jesus? Aproxime-se d'Ele diariamente em oração, leitura da Palavra e obediência. Quanto mais íntimo do Pai, mais seus pedidos refletirão os desejos d'Ele - e Ele se agradará em atender.
Reflexão:
- Permanecer em Cristo transforma a oração de um pedido egoísta em um diálogo de amor e fé. Quem está em Jesus não ora apenas para ser atendido, mas para glorificar a Deus em tudo.
Versículos complementares:
(1 João 5:14,15), (Isaías 55:10,11), (Tiago 4:3), (Salmo 37:4).
Ministração: Aprendendo a orar com humildade
Texto base:
(Lucas 18:9-14)
(9) "A alguns que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola:
A confiança na autossuficiência espiritual leva ao desprezo pelo próximo - e nos distancia da graça de Deus.
(10) Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano.
Fariseu: grupo rigoroso nas doutrinas e práticas religiosas (Atos 26:5). O nome significa “os separados”.
Publicano: cobrador de impostos, visto como traidor pelos judeus por colaborar com o império romano.
(11) O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano.
(12) Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’.
O fariseu:
- Dirigiu suas palavras a si mesmo, não a Deus;
- Comparou-se aos outros e não se examinou;
- Enalteceu suas obras e não reconheceu sua necessidade;
- Não pediu nada, e por isso não recebeu nada.
(13) Mas o publicano ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’.
O publicano:
- Reconheceu sua miséria espiritual;
- Não confiou em obras, mas clamou por misericórdia;
- Foi sincero, humilde e reconheceu sua total dependência da graça divina.
(14) Eu lhes digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado diante de Deus. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado."
Justificado: declarado justo. Deus apaga a culpa, remove os registros de pecado e nos reveste com a justiça de Cristo.
Aplicação prática:
- Examine seu coração sempre que orar: há orgulho em suas palavras? Há comparação com outros? Venha a Deus como o publicano: reconhecendo que nada tem para oferecer, apenas a necessidade de misericórdia. Ore com sinceridade e humildade todos os dias.
Reflexão:
- O maior obstáculo para uma oração ouvida é um coração soberbo. O maior acesso ao trono da graça é um coração contrito. Quem se humilha diante de Deus é levantado por Ele.
Versículos complementares:
- (Lucas 7:36-50): O fariseu via o pecado dos outros, mas não os próprios.
- (Lucas 11:39-54): Viviam de aparência.
- (Hebreus 8:12; 10:17): Deus não se lembra dos pecados dos arrependidos.
- (Romanos 5:1-5): A justificação vem pela fé.
- (Efésios 2:10): As boas obras não salvam, mas acompanham os salvos.
- (Romanos 3:23–26): O publicano foi justificado não por méritos, mas por lançar-se à misericórdia de Deus.
6ª Semana:
Abertura do culto:
Texto base:
(Mateus 6:14,15)
(14) "Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará.
(15) Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas."
- Não se trata de salvação por obras, mas que a falta de perdão evidencia um coração ainda não regenerado ou endurecido.
Como filhos de Deus, somos chamados a seguir o exemplo do Pai, que perdoa sempre que nos achegamos a Ele com arrependimento. O perdão é uma escolha espiritual e um princípio do Reino. Decidir perdoar é confiar que a justiça pertence a Deus. Ao liberarmos perdão, damos lugar à paz de Deus e permitimos que Sua graça flua livremente em nós.
Aplicação prática:
- Pergunte-se: há alguém que você precisa perdoar hoje? Decida liberar perdão em oração, confiando que Deus cuidará da justiça e curará as feridas do seu coração. O perdão abre caminhos para a paz interior e restaura sua comunhão com o Pai.
Reflexão:
- Um coração que não perdoa é um coração que não entendeu a profundidade do perdão de Deus. O perdão não é um sentimento, mas uma escolha de amor e obediência.
Versículos complementares:
(Mateus 18:22), (Romanos 12:18-21), (Levítico 19:18), (Mateus 18:21–35).
Ministração: Declarando a Palavra de Deus para vencer as tentações
Texto base:
(Mateus 4:1-11)
Jesus foi tentado por Satanás nos mesmos aspectos em que o primeiro homem foi tentado no Éden:
Concupiscência da carne:
- (3) "O tentador aproximou-se dele e disse: "Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães"."
Concupiscência dos olhos:
- (8) "Depois, o diabo o levou a um monte muito alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor. (9) E lhe disse: "Tudo isto lhe darei, se você se prostrar e me adorar"."
Soberba da vida:
- (5) "Então o diabo o levou à cidade santa, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse: (6) "Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui para baixo. Pois está escrito: ‘Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, e com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra’"."
Assim como Eva viu, desejou e tomou (Gênesis 3:6), Jesus também foi tentado - mas venceu declarando a Palavra de Deus.
(1) "Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
Jesus foi conduzido ao deserto, não por acaso, mas em cumprimento do propósito divino. A tentação foi o cenário para revelar Seu caráter e autoridade como verdadeiro Filho de Deus.
(2) Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome.
(3) O tentador aproximou-se dele e disse: "Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães".
Satanás tentou Jesus no ponto de maior fragilidade física. Mas mesmo faminto, Jesus não negociou Sua obediência ao Pai.
(4) Jesus respondeu: "Está escrito: ‘Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus’".
Jesus citou Deuteronômio 8:3. A Palavra era o alimento e a arma contra a tentação.
(5) Então o diabo o levou à cidade santa, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse:
(6) Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui para baixo. Pois está escrito: ‘Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, e com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra.
Satanás distorce as Escrituras (Salmo 91), omitindo partes e tirando-as do contexto. Ele conhece a Bíblia, mas a usa para enganar. Jesus, porém, não caiu na armadilha.
(7) Jesus lhe respondeu: Também está escrito: ‘Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus’.
Citando Deuteronômio 6:16, Jesus reafirma que a fé não é uma prova de Deus, mas uma entrega confiante.
(8) Depois, o diabo o levou a um monte muito alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor.
(9) E lhe disse: "Tudo isto lhe darei, se você se prostrar e me adorar.
(10) Jesus lhe disse: "Retire-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’.
O diabo ofereceu a Jesus uma glória sem cruz, mas Ele permaneceu firme em cumprir a vontade do Pai, mas Jesus rejeita o atalho. Ele sabe que o Reino viria pela obediência ao Pai e pelo sacrifício na cruz.
(11) Então o diabo o deixou, e anjos vieram e o serviram.”
Jesus venceu como homem cheio do Espírito, e assim nos deixou exemplo de como triunfar: pela Palavra viva, em submissão ao Pai.
Aplicação prática:
- Quando enfrentar tentações, não confie em seus sentimentos ou força de vontade. Encha seu coração da Palavra, declare-a em oração e submeta-se a Deus. A vitória vem quando resistimos ao diabo com fé, em nome de Jesus.
Reflexão:
- Jesus não apenas venceu a tentação por nós, mas também nos ensinou como vencê-la: com a Palavra e submissão ao Pai. Se o Filho de Deus usou a Palavra como espada, quanto mais nós precisamos dela para lutar!
Versículos complementares:
- (Deuteronômio 8:2): A provação revela o que está no coração.
- (Salmo 91:11,12): Satanás distorceu esse texto.
- (Efésios 6:11-17): A armadura de Deus inclui a espada do Espírito: a Palavra.
- (Tiago 4:7): Resistir ao diabo implica em sujeição a Deus.
- (1 Pedro 5:8,9): Vigilância e resistência.
- (Hebreus 4:15): Jesus foi tentado, mas sem pecado.
- (1 Coríntios 15:21,22, 45-47): O segundo Adão trouxe vida.
- (1 João 2:16): As três áreas da tentação.
7ª Semana:
Abertura do culto:
Texto base:
(Mateus 18:19) “Também lhes digo que, se dois de vocês concordarem na terra em qualquer assunto sobre o qual pedirem, isso lhes será feito por meu Pai que está nos céus.”
A oração em concordância é um princípio espiritual poderoso. Quando dois filhos de Deus oram unidos, obedientes à Palavra e submissos à vontade do Pai, sua concordância em oração move o Céu.
A concordância no Espírito remove barreiras e atrai respostas sobrenaturais.
Aplicação prática:
- Pergunte-se: com quem você pode se unir hoje para orar? Convide alguém para concordar com você em oração por um propósito santo, e juntos peçam ao Pai com fé, submissos à Sua vontade.
Reflexão:
- O poder da oração em concordância não está no número de vozes, mas na unidade do coração diante de Deus. Onde há unidade no Espírito, Deus age poderosamente.
Versículo complementar:
- (1 João 5:14,15) (14) " Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a sua vontade, ele nos ouve. (15) E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que temos o que dele pedimos."
Ministração: Aprendendo a fazer declarações de poder
Deus e a Palavra de poder:
Logo no início da criação, vemos o princípio da declaração com autoridade.
Deus não se limitou a descrever o caos, mas declarou a transformação que queria realizar.
- (Gênesis 1:1,2) (1) “No princípio Deus criou os céus e a terra. (2) Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.”
Então, Deus falou:
- “Haja luz” - e houve luz (Gênesis 1:3)
- “Haja firmamento” - e houve separação das águas (Gênesis 1:6)
- “Ajuntem-se as águas... apareça a parte seca” (Gênesis 1:9)
- “Haja luminares” (Gênesis 1:14)
- “Produza a terra” (Gênesis 1:24)
- “Façamos o homem” (Gênesis 1:26)
Cada ato criativo aconteceu após uma declaração de poder.
A Palavra falada por Deus foi o canal pelo qual tudo veio à existência.
Jesus e a Palavra de poder
Jesus, o Verbo de Deus, liberava palavras com autoridade:
Contra Satanás:
- (Mateus 4:10) "Jesus lhe disse: "Retire-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’"."
Contra os ventos e o mar:
- (Marcos 4:39) "Ele se levantou, repreendeu o vento e disse ao mar: "Aquiete-se! Acalme-se! " O vento se aquietou, e fez-se completa bonança."
Contra os demônios:
- (Marcos 9:25) "Quando Jesus viu que uma multidão estava se ajuntando, repreendeu o espírito imundo, dizendo: "Espírito mudo e surdo, eu ordeno que o deixe e nunca mais entre nele"."
Contra enfermidades:
- (Lucas 13:12) "Ao vê-la, Jesus chamou-a à frente e lhe disse: "Mulher, você está livre da sua doença"."
Contra a morte:
- (João 11:43) "Depois de dizer isso, Jesus bradou em alta voz: "Lázaro, venha para fora!"
Os apóstolos e a Palavra de poder
Os discípulos seguiram o exemplo de Cristo, declarando com ousadia:
Pedro:
- (Atos 3:6) "Disse Pedro: "Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isto lhe dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, ande"."
- (Atos 9:34) Disse-lhe Pedro: "Enéias, Jesus Cristo vai curá-lo! Levante-se e arrume a sua cama". Ele se levantou imediatamente."
- (Atos 9:40) "Pedro mandou que todos saíssem do quarto; depois, ajoelhou-se e orou. Voltando-se para a mulher morta, disse: "Tabita, levante-se". Ela abriu os olhos e, vendo Pedro, sentou-se."
Paulo:
- (Atos 14:9,10) (9) "Ele ouvira Paulo falar. Quando Paulo olhou diretamente para ele e viu que o homem tinha fé para ser curado, (10) disse em alta voz: "Levante-se! Fique de pé! " Com isso, o homem deu um salto e começou a andar."
- (Atos 16:18) "Ela continuou fazendo isso por muitos dias. Finalmente, Paulo ficou indignado, voltou-se e disse ao espírito: "Em nome de Jesus Cristo eu lhe ordeno que saia dela!" No mesmo instante o espírito a deixou."
- Eles não oravam apenas pedindo - liberavam declarações com fé, em nome de Jesus, crendo no poder do Espírito Santo.
As Palavras de Jesus declaradas a nós
- (João 14:12) "Digo-lhes a verdade: Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai."
- (Marcos 11:24) "Portanto, eu lhes digo: tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim lhes sucederá."
Jesus nos deu autoridade para declarar, em Seu nome, a manifestação do Reino.
Nós e a palavra de poder
Devemos declarar com fé e discernimento espiritual:
- Sempre em nome de Jesus;
- No poder do Espírito Santo;
Segundo a vontade de Deus revelada na Palavra.
- (Salmo 89:14) "A retidão e a justiça são os alicerces do teu trono; o amor e a fidelidade vão à tua frente."
Mas qualquer pessoa pode fazer declarações de poder?
- (Atos 19:13-17) - Os filhos de Ceva tentaram usar o nome de Jesus como fórmula mágica, sem relacionamento com Ele. O resultado foi desastroso.
A autoridade espiritual exige:
- Conversão verdadeira: (João 1:12)
- Fé no nome de Jesus: (Filipenses 2:9-11)
- Orar segundo a vontade de Deus: (1 João 5:14,15)
- Obediência à Palavra: (João 14:21)
Aplicação prática:
- Examine suas orações e palavras: você apenas reclama ou declara a Palavra? Hoje mesmo, alinhe seu coração com a vontade de Deus e declare, em nome de Jesus, vitória sobre situações que Ele já prometeu na Sua Palavra - como cura, libertação e salvação.
Reflexão:
- As palavras têm poder quando vêm de corações cheios do Espírito e submetidos a Deus. Não declare apenas o que você quer, mas declare o que Ele já disse. A autoridade vem da obediência.
Conclusão:
Palavras de poder são declarações de fé fundamentadas nas Escrituras.
Elas são feitas na presença de Deus, em nome de Jesus e pelo poder do Espírito Santo.
Podemos declarar:
- Salvação
- Curas
- Milagres
- Libertação
- Provisão
Mas nunca nos esquecendo: quem opera o milagre é Deus.
- Nós apenas declaramos com fé aquilo que Ele já revelou em Sua Palavra.
Graça e paz,
Pra. Angla Caldas.