A Cruz que cura - Isaías 53:4,5

Um retrato do amor incondicional de Deus.

Leitura:

(Isaías 53:4,5)

(4) "Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças, contudo nós o consideramos castigado por Deus, por ele atingido e afligido.

(5) Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados."

Meditação:

1) O Servo que leva nossas dores:

(4) "Certamente ele 

• Verdadeiramente, na verdade, de fato.

Trata-se de uma clara referência ao Messias que, à luz do Novo Testamento, é identificado como Jesus Cristo.

Este texto profético revela verdades centrais da obra redentora de Cristo:

tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças,

• Enfermidades: doenças.

• Doenças: dores, sofrimentos.

Jesus assumiu voluntariamente as consequências do pecado humano - enfermidades espirituais, emocionais e físicas.

Ele se identificou com o sofrimento da humanidade, tornando-se nosso substituto. Seu sofrimento foi espiritual, emocional e físico - (vicário) em nosso lugar.

A entrega de Jesus foi um ato de obediência a Deus Pai, e um ato de amor incondicional pela humanidade. (Hebreus 10:7-10; Mateus 26:39; Filipenses 2:8; Efésios 5:2).

Complementar:

Por meio de Sua aflição, Cristo carregou sobre si nossas enfermidades, oferecendo cura e restauração. Sua missão era nos reconciliar com o Pai — corpo, alma e espírito.

Na cruz, Ele não apenas suportou o castigo pelos pecados, mas também se fez maldição por nós (Gálatas 3:13), abrindo caminho para cura, libertação e reconciliação com Deus.

contudo nós o consideramos castigado por Deus, por ele atingido e afligido.

Essa afirmação revela a incompreensão humana diante da cruz. Muitos viram o sofrimento de Cristo como punição divina por Seus próprios pecados - quando, na verdade, Ele sofria por causa dos nossos.

Reflexão:

• Este não é apenas um texto profético cumprido; é um convite contínuo à fé no poder restaurador de Jesus. Ele levou nossas enfermidades para que, pela fé em Sua obra, vivamos em liberdade, paz e saúde - com Ele, agora e eternamente.

2) O Cordeiro que foi ferido por nós:

(5) Mas ele 

Mais uma vez, é uma referência direta ao Messias, Jesus Cristo.

Essas palavras revelam a natureza violenta e substituta do sofrimento de Cristo:

foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; 

Jesus não foi punido por pecados próprios. A Escritura revela que Ele foi transpassado e esmagado por causa das nossas transgressões e iniquidades.

Jesus não tinha pecado, se entregou voluntariamente como sacrifício em favor da humanidade:

• (2 Coríntios 5:21) "Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus."

• (1 Pedro 3:18) "Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito."

o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, 

• Recebemos perdão e comunhão com Deus.

A paz que recebemos é fruto desse sacrifício. Trata-se da shalom bíblica - completo, saúde, bem-estar, paz, segurança, prosperidade, sossego, tranquilidade, contentamento, amizade e comunhão com Deus.

e pelas suas feridas fomos curados."

Essa cura, em primeiro lugar, é a restauração espiritual e moral daquilo que o pecado havia corrompido, mas alcança as dimensões emocionais e físcias.

Jesus sofreu nessas três áreas:

1) Sofrimento Físico:

• Açoites e tortura: (Mateus 27:26) "Mandando, então, que o açoitassem, entregou Jesus para ser crucificado.”

• Crucificação: (Mateus 27:35) “Então o crucificaram e repartiram as roupas dele, tirando sortes...” 

• Fome, sede, dor e cansaço: Jesus também experimentou as limitações físicas humanas durante todo o seu ministério (Mateus 4:2; João 4:6; João 19:28) .

O sofrimento físico de Jesus foi real e extremo. Ele suportou um grande sofrimento em nosso lugar (Isaías 53:5), cumprindo o que estava profetizado sobre o Servo Sofredor.

2) Sofrimento Emocional:

• Angústia no Getsêmani: (Mateus 26:38) “Minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo.”

• Rejeição e abandono dos amigos: (Mateus 26:56) "Então todos os discípulos o abandonaram e fugiram.”

• Traição de Judas, negação de Pedro: Essas experiências intensificaram a dor emocional de Cristo, revelando Seu sofrimento como verdadeiro homem.

Ele conheceu tristeza, angústia, solidão e desprezo. Isso nos consola: (Isaías 53:3) “...homem de dores e experimentado no sofrimento” .

3) Sofrimento Espiritual:

• O peso do pecado do mundo: (Isaías 53:12) “Ele levou sobre si o pecado de muitos...” (2 Coríntios 5:21) “Deus o fez pecado por nós...” 

• Separação do Pai na cruz: (Mateus 27:46) “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?” - Aqui vemos Jesus experimentando a aflição espiritual da separação - não porque o Pai deixou de amá-lo, mas porque o pecado humano estava sobre Ele, exigindo justiça.

• Batalha espiritual intensa: Toda a missão de Cristo envolvia confrontos com as trevas, e na cruz Ele triunfa sobre todos os poderes malignos (Colossenses 2:15).

Ao sofrer espiritualmente em nosso lugar, Jesus desceu às profundezas da dor e da separação para nos resgatar do pecado e nos reconciliar com o Pai.

Um dos textos mais claros e profundos do Novo Testamento sobre as 

feridas de Jesus:

(1 Pedro 2:24) "Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados 

Jesus levou o peso dos pecados que eram nosso. 

sobre o madeiro, 

Referência à cruz, conectando-se com Deuteronômio 21:23, onde está escrito que o pendurado no madeiro é maldito. Paulo revela que Jesus se fez maldição por nós (Gálatas 3:13).

a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; 

O propósito da obra redentora: transformação de vida. O evangelho não apenas nos perdoa, mas nos chama a viver de forma justa.

por suas feridas vocês foram curados. 

Apontando para a cura espiritual - restauração da nossa relação com Deus. Em outros contextos inclui também as dimensões emocionais e físicas.

Contudo, também se refere a restauração completa do ser humano, conforme registrado em Mateus:

• (Mateus 8:16,17) (16) "Ao anoitecer foram trazidos a ele muitos endemoninhados, e ele expulsou os espíritos com uma palavra e curou todos os doentes. (17) E assim se cumpriu o que fora dito pelo profeta Isaías: "Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças"."

3) A cruz: poder, salvação e restauração:

Cristo é o Servo Sofredor que, por meio de Seu sofrimento, nos concede paz, perdão e cura. Sua missão redentora é integral - alcança corpo, alma e espírito. Ele se fez semelhante a nós, para que fôssemos feitos semelhantes a Ele.

A cruz não foi um acidente histórico, mas o cumprimento do plano eterno de Deus para a salvação da humanidade.

Cristo morreu como Cordeiro sem defeito, tomando sobre si o que era nosso, e oferecendo-nos o que era Seu: perdão, paz e vida eterna.

• (1 Coríntios 1:18) "Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus."

Confirmações bíblicas para meditação:

(Mateus 8:16–17), (1 Pedro 2:24), (Gálatas 3:13), (2 Coríntios 5:21), (Hebreus 9:28), (João 10:17–18), (Romanos 5:6–8).

Conclusão:

Ao olhar para a cruz, vemos mais do que dor e sofrimento; vemos:

• Amor — o amor eterno e imerecido do Pai (João 3:16);

• Justiça — o juízo de Deus sendo plenamente satisfeito no sacrifício do Filho (Isaías 53:5–6; Romanos 3:25);

• Reconciliação — a paz restaurada entre Deus e o homem (2 Coríntios 5:18–19);

• Vitória — a derrota do pecado, da morte e de Satanás (Colossenses 2:14–15; Hebreus 2:14);

• Glória — a manifestação da beleza do caráter divino em Seu ato mais sublime de salvação (João 17:1–5).

Mas também contemplamos o caminho da vida eterna sendo aberto, a nova aliança sendo selada com sangue, e a certeza de que jamais estaremos sozinhos - pois o Deus que se entregou é o mesmo que caminha conosco até o fim.

Essa profecia nos convida a confiar inteiramente em Jesus. Nele encontramos o verdadeiro sentido da vida, a cura para as doenças físicas e emocionais, e a reconciliação com Deus. Sua cruz é o nosso refúgio seguro.

Graça e paz,

Pra. Angela Caldas.