quinta-feira, 19 de junho de 2025

Murmuração, castigo e graça - Lições do deserto

Texto base: 

(Números 21:4-9)
(4) "Partiram eles do monte Hor pelo caminho do mar Vermelho, para contornarem a terra de Edom. Mas o povo ficou impaciente no caminho
(5) e falou contra Deus e contra Moisés, dizendo: "Por que vocês nos tiraram do Egito para morrermos no deserto? Não há pão! Não há água! E nós detestamos esta comida miserável!"
(6) Então o Senhor enviou serpentes venenosas que morderam o povo, e muitos morreram.
(7) O povo foi a Moisés e disse: "Pecamos quando falamos contra o Senhor e contra você. Ore pedindo ao Senhor que tire as serpentes do meio de nós". E Moisés orou pelo povo.
(8) O Senhor disse a Moisés: "Faça uma serpente e coloque-a no alto de um poste; quem for mordido e olhar para ela viverá".
(9) Moisés fez então uma serpente de bronze e a colocou num poste. Quando alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, permanecia vivo."

Introdução:

Após quatro gerações de escravidão no Egito - um tempo profetizado e cumprido (Gênesis 15:13-16; Êxodo 12:40) - Deus libertou Israel para conduzi-lo à terra prometida. A caminhada no deserto, porém, não foi fácil. A história de Números 21 revela como o coração do povo se comporta diante da adversidade, mostrando a importância da fé, da obediência e da graça divina.


1) A caminhada difícil e a impaciência do povo:

(Números 21:4,5)
(4) "Partiram eles do monte Hor pelo caminho do mar Vermelho, para contornarem a terra de Edom. Mas o povo ficou impaciente no caminho
(5) e falou contra Deus e contra Moisés, dizendo: "Por que vocês nos tiraram do Egito para morrermos no deserto? Não há pão! Não há água! E nós detestamos esta comida miserável!"

O povo saiu do monte Hor, contornando Edom (Números 20:14-21). Os edomitas, orgulhosos e hostis, não permitiram passagem, aumentando o tempo e as dificuldades da jornada.

Impaciência e murmuração começaram a tomar conta. O povo questionou a libertação, duvidou da provisão e da proteção de Deus:
  • (Números 21:5) “Por que vocês nos tiraram do Egito para morrermos no deserto? Não há pão, não há água, e ainda detestamos esta comida miserável.”
A murmuração é um sinal de rebelião e falta de confiança. Revela o que está no coração:
  • (Mateus 12:34) "Raça de víboras, como podem vocês, que são maus, dizer coisas boas? Pois a boca fala do que está cheio o coração."

2) O coração obstinado e a consequência do pecado:

(Números 21:6) "Então o Senhor enviou serpentes venenosas que morderam o povo, e muitos morreram."

Israel repetiu o erro dos seus antepassados: desconfiança, esquecimento das obras de Deus e desafio à Sua autoridade.

Como consequência, Deus enviou serpentes venenosas que causaram sofrimento e morte.

O castigo tinha propósito: levar ao arrependimento e restaurar o relacionamento com Deus.

Pôr Deus à prova é perigoso:
  • (1 Coríntios 10:9) "Não devemos pôr o Senhor à prova, como alguns deles fizeram - e foram mortos por serpentes."

E pode nos afastar do descanso que Ele oferece:
  • (Hebreus 3:7-12) (7) "Assim, como diz o Espírito Santo: "Hoje, se vocês ouvirem a sua voz, (8) não endureçam o coração, como na rebelião, durante o tempo de provação no deserto, (9) onde os seus antepassados me tentaram, pondo-me à prova, apesar de, durante quarenta anos, terem visto o que eu fiz. (10) Por isso fiquei irado contra aquela geração e disse: Os seus corações estão sempre se desviando, e eles não reconheceram os meus caminhos. (11) Assim jurei na minha ira: Jamais entrarão no meu descanso". (12) Cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha coração perverso e incrédulo, que se afaste do Deus vivo."

3) O arrependimento e a intercessão:

(Números 21:7,8) 
(7) O povo foi a Moisés e disse: "Pecamos quando falamos contra o Senhor e contra você. Ore pedindo ao Senhor que tire as serpentes do meio de nós". E Moisés orou pelo povo.
(8) O Senhor disse a Moisés: "Faça uma serpente e coloque-a no alto de um poste; quem for mordido e olhar para ela viverá".

O povo reconheceu seu pecado e clamou a Deus por misericórdia, pedindo a Moisés que intercedesse.

O arrependimento sincero abre caminho para o perdão.

Moisés orou ao Senhor em favor do povo, mostrando o papel da intercessão.


4) A misericórdia e o símbolo da salvação:

(Números 21:8,9)
(8) O Senhor disse a Moisés: "Faça uma serpente e coloque-a no alto de um poste; quem for mordido e olhar para ela viverá".
(9) Moisés fez então uma serpente de bronze e a colocou num poste. Quando alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, permanecia vivo."

Deus instruiu Moisés a fazer uma serpente de bronze e colocá-la em um poste.

Quem fosse mordido e olhasse para a serpente viveria.

O símbolo não tinha poder em si mesmo; o que curava era a fé na Palavra e na promessa de Deus.

Essa serpente prefigura Jesus Cristo, que, levantado na cruz, nos oferece a vida eterna:
  • (João 3:14-18) (14) "Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do homem seja levantado, (15) para que todo o que nele crer tenha a vida eterna. (16) "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. (17) Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. (18) Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus."

5) Jesus, o cumprimento da promessa de Vida:

(Isaías 53:4,5)
(4) "Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças, contudo nós o consideramos castigado por Deus, por ele atingido e afligido.
(5) Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados."
  • (João 3:14-18) (14) "Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do homem seja levantado, (15) para que todo o que nele crer tenha a vida eterna. (16) "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. (17) Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. (18) Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus."
Jesus tomou sobre si nossas doenças e castigos para nos trazer cura e paz.

Assim como olhar para a serpente no deserto salvava da morte física, olhar para Jesus salva da morte eterna.

A cruz é o ponto máximo da graça e do livramento divino.


Reflexão:
  • Em nossa jornada, como o povo de Israel, enfrentamos momentos difíceis, provas e tentações. Nessas horas, o desafio é escolher a murmuração ou a fé. Murmurar é questionar o propósito de Deus e sua provisão; confiar é reconhecer nossa limitação e olhar para Ele, que é a fonte da vida e da salvação. Deus não apenas disciplina, mas também oferece um caminho de graça e restauração. Como reagimos diante das dificuldades? Estamos olhando para Jesus, nossa Rocha e Salvador?

Conclusão:

Números 21:4-9 nos ensina que, embora a jornada cristã possa ser marcada por desafios e nossa própria fraqueza, Deus é fiel para nos corrigir com amor e oferecer a salvação. A serpente de bronze aponta para Jesus - a solução definitiva para o pecado e a morte. Que possamos aprender a confiar, a arrepender-nos e a fixar nossos olhos naquele que dá vida verdadeira e eterna.

Graça e paz,
Pra. Angela Caldas.

terça-feira, 17 de junho de 2025

A importância da compreensão da leitura das Escrituras

(Atos 8:30,31) 
(30)"Então Filipe correu para a carruagem, ouviu o homem lendo o profeta Isaías e lhe perguntou: "O senhor entende o que está lendo?" (31) Ele respondeu: "Como posso entender se alguém não me explicar?" Assim, convidou Filipe para subir e sentar-se ao seu lado."

A passagem de Atos 8:26–40 narra um encontro singular e transformador entre Filipe, um dos primeiros evangelistas cristãos, e um homem etíope, descrito como eunuco e oficial da corte da rainha da Etiópia. Esse homem, apesar de sua posição elevada, estava em busca de Deus e da verdade, lendo um trecho do livro do profeta Isaías enquanto viajava em sua carruagem.

Filipe, guiado pelo Espírito Santo, se aproximou e fez uma pergunta simples, mas profunda:
  • "O senhor entende o que está lendo?"
O homem respondeu com humildade:
  • "Como posso entender se alguém não me explica?"
Reconhecendo sua necessidade de orientação, o eunuco convidou Filipe a subir na carruagem e explicar o significado da passagem. A partir daquele trecho de Isaías, Filipe anunciou-lhe as boas-novas de Jesus Cristo, mostrando que a promessa messiânica havia se cumprido em Jesus.

O coração do etíope foi tocado. Quando viram água pelo caminho, ele perguntou:
  • "Olha, aqui há água. O que me impede de ser batizado?" (36)
Filipe, vendo sua fé, o batizou ali mesmo. O homem desceu às águas como leitor e saiu como discípulo de Jesus, transformado pela Palavra e pelo encontro com um servo obediente de Deus.


Essa história mostra:
  • A necessidade de compreender a Palavra para que ela produza fé genuína.
  • O papel fundamental da evangelização pessoal: Deus usou Filipe, alguém comum, para revelar Cristo a um homem sedento por verdade.
  • A resposta do coração humilde que busca entendimento e se submete ao agir de Deus.
Que a salvação é para todos, inclusive para um estrangeiro, excluído socialmente como era o eunuco.


Aplicação:
  • Assim como aquele homem, muitos leem a Bíblia, mas não entendem seu significado. Precisamos de ensinadores, discípulos dispostos como Filipe, que caminhem ao lado, expliquem com amor e apontem para Jesus.
  • E como o eunuco, precisamos ter um coração que pergunta, que ouve e que responde com fé.

Versículos complementares:
  • (Romanos 10:14) - “Como ouvirão, se não há quem pregue?”
  • (Lucas 24:27) - Jesus explicou as Escrituras aos discípulos no caminho de Emaús.
  • (2 Timóteo 3:16,17) - Toda Escritura é útil para ensinar e instruir.

Graça e paz,
Pra. Angela Caldas.

Levítico 14 - Da lepra à liberdade - Restauração que vem do Alto

Leitura:

(Levítico 14:1-23)
(1) "Disse também o Senhor a Moisés:
(2) "Esta é a regulamentação acerca da purificação de um leproso: ele será levado ao sacerdote,
(3) que sairá do acampamento e o examinará. Se a pessoa foi curada da lepra,
(4) o sacerdote ordenará que duas aves puras, vivas, um pedaço de madeira de cedro, um pano vermelho e um ramo de hissopo sejam trazidos em favor daquele que será purificado.
(5) Então o sacerdote ordenará que uma das aves seja morta numa vasilha de barro com água da fonte.
(6) Então pegará a ave viva e a molhará, juntamente com o pedaço de madeira de cedro, com o pano vermelho e com o ramo de hissopo, no sangue da ave morta em água corrente.
(7) Sete vezes ele aspergirá aquele que está sendo purificado da lepra e o declarará puro. Depois soltará a ave viva em campo aberto.
(8) "Aquele que estiver sendo purificado lavará as suas roupas, rapará todos os seus pêlos e se banhará com água; e assim estará puro. Depois disso poderá entrar no acampamento, mas ficará fora da sua tenda por sete dias.
(9) No sétimo dia rapará todos os seus pêlos: o cabelo, a barba, as sobrancelhas e o restante dos pêlos. Lavará suas roupas e banhará o corpo com água; então ficará puro.
(10) "No oitavo dia pegará dois cordeiros sem defeito e uma cordeira de um ano sem defeito, juntamente com três jarros da melhor farinha amassada com óleo, como oferta de cereal, e uma caneca de óleo.
(11) O sacerdote que faz a purificação apresentará ao Senhor, à entrada da Tenda do Encontro, tanto aquele que estiver para ser purificado como as suas ofertas.
(12) "Então o sacerdote pegará um dos cordeiros e o sacrificará como oferta pela culpa, juntamente com a caneca de óleo; ele os moverá perante o Senhor como gesto ritual de apresentação e
(13) matará o cordeiro no Lugar Santo, onde são sacrificados a oferta pelo pecado e o holocausto. Como se dá com a oferta pelo pecado, também a oferta pela culpa pertence ao sacerdote; é santíssima.
(14) O sacerdote porá um pouco do sangue da oferta pela culpa na ponta da orelha direita daquele que será purificado, no polegar da sua mão direita e no polegar do seu pé direito.
(15) Então o sacerdote pegará um pouco de óleo da caneca e o derramará na palma da sua própria mão esquerda,
(16) molhará o dedo direito no óleo que está na palma da mão esquerda, e com o dedo o aspergirá sete vezes perante o Senhor.
(17) O sacerdote ainda porá um pouco do óleo restante na palma da sua mão, na ponta da orelha direita daquele que está sendo purificado, no polegar da sua mão direita e no polegar do seu pé direito, em cima do sangue da oferta pela culpa.
(18) O óleo que restar na palma da sua mão, o sacerdote derramará sobre a cabeça daquele que está sendo purificado e fará propiciação por ele perante o Senhor.
(19) "Então o sacerdote sacrificará a oferta pelo pecado e fará propiciação em favor daquele que está sendo purificado da sua impureza. Depois disso, o sacerdote matará o animal do holocausto
(20) e o oferecerá sobre o altar, juntamente com a oferta de cereal; e assim fará propiciação pelo ofertante, o qual estará puro.
(21) "Se, todavia, for alguém pobre, sem recursos para isso, pegará um cordeiro como oferta pela culpa para ser movido para fazer propiciação por ele, juntamente com um jarro da melhor farinha, amassada com óleo, como oferta de cereal; uma caneca de óleo
(22) e duas rolinhas ou dois pombinhos, os quais ele tenha condições de ofertar, um como oferta pelo pecado e o outro como holocausto.
(23) "No oitavo dia ele os trará ao sacerdote, para a sua purificação, à entrada da Tenda do Encontro, perante o Senhor."

A lepra como imagem do pecado

Na época do Antigo Testamento, a lepra não era apenas uma doença de pele - ela era vista como algo que contaminava todo o ser da pessoa. O leproso era isolado, afastado do convívio social e do culto.

A lepra representa uma figura do pecado: algo que nos afasta de Deus e dos outrosque nos contamina por completo, e que precisa de purificação.
  • (Levítico 13:45, 46) (45) "Quem ficar leproso, apresentando quaisquer desses sintomas, usará roupas rasgadas, andará descabelado, cobrirá a parte inferior do rosto e gritará: ‘Impuro! Impuro!' (46) Enquanto tiver a doença, estará impuro. Viverá separado, fora do acampamento."

Reflexão: 
  • Assim como a lepra separava o homem do acampamento, o pecado separa o homem da comunhão com Deus.

A purificação não começa no ex-leproso - começa em Deus:

(Levítico 14:1–23)


1) O sacerdote vai até o ex-leproso: (1–3)

Levítico 14 mostra que o ex-leproso não se restaura sozinho. É Deus quem dá as instruções para a restauração. O processo começa com o sacerdote indo até o ex-leproso, uma verdade maravilhosa:

(1) "Disse também o Senhor a Moisés:
(2) "Esta é a regulamentação acerca da purificação de um leproso: ele será levado ao sacerdote,
(3) que sairá do acampamento e o examinará. Se a pessoa foi curada da lepra,

Deus instrui que o ex-leproso deve ser levado ao sacerdote. Mas perceba: o sacerdote sai do acampamento e vai até ele.

Isso é a graça em ação: Deus vai ao encontro de quem está ferido e excluído.

Jesus é o nosso Sumo Sacerdote (Hebreus 4:14) que veio ao nosso encontro enquanto ainda éramos pecadores (Romanos 5:8). 


Aplicação prática:
  • O ex-leproso se posiciona para a restauração, mas é a graça de Deus que o alcança. O Senhor, cheio de amor e compaixão, vai até onde você está - mesmo no meio da dor ou do pecado - e ali inicia um novo processo de cura. É Deus quem toma a iniciativa, e é Sua graça que transforma tudo.

Reflexão: 
  • A restauração sempre começa com Deus nos buscando onde estamos.

2) O símbolo das duas aves: morte e nova vida:  (4–7)

(4) o sacerdote ordenará que duas aves puras, vivas, um pedaço de madeira de cedro, um pano vermelho e um ramo de hissopo sejam trazidos em favor daquele que será purificado.
(5) Então o sacerdote ordenará que uma das aves seja morta numa vasilha de barro com água da fonte.
(6) Então pegará a ave viva e a molhará, juntamente com o pedaço de madeira de cedro, com o pano vermelho e com o ramo de hissopo, no sangue da ave morta em água corrente.
(7) Sete vezes ele aspergirá aquele que está sendo purificado da lepra e o declarará puro. Depois soltará a ave viva em campo aberto.
  • “O sacerdote ordenará que tragam duas aves vivas, puras...” (4)
Duas aves são usadas no ritual de purificação:

Um pássaro era morto e o outro, molhado em seu sangue, era solto. Isso representa duas realidades espirituais, um retrato profundo de substituição e redenção.

Um morre no lugar do outro - substituição.
  • A ave que morre representa a morte do inocente para que outro viva - tipo de Cristo.

Um é solto para voar - liberdade.
  • A ave que é solta representa o ex-leproso restaurado, liberto, agora podendo voltar à vida e à comunhão.


Aplicação prática:
  • Jesus morreu por nós (como o pássaro que foi sacrificado) para que pudéssemos ser libertos (como o pássaro que voou). Não é apenas sobre ser curado externamente, mas purificado interiormente e restaurado à vida com Deus.

Reflexão:
  • Cristo morreu em nosso lugar, para que pudéssemos viver em liberdade (2 Coríntios 5:21).


Complementar: 
  • (Romanos 6:4) "Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova."
  • (João 8:36) "Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres.

3) Sete dias para a reintegração - restauração é processo: (8–10)

Do versículo 8 ao 10, o ex-leproso é reintegrado gradualmente. Ele lava as roupas, raspa os pelos e fica sete dias em isolamento, mesmo após ser declarado puro.
  • Isso nos ensina que a graça é instantânea, mas a restauração é um processo...

(8) "Aquele que estiver sendo purificado lavará as suas roupas, rapará todos os seus pêlos e se banhará com água; e assim estará puro. Depois disso poderá entrar no acampamento, mas ficará fora da sua tenda por sete dias.
(9) No sétimo dia rapará todos os seus pêlos: o cabelo, a barba, as sobrancelhas e o restante dos pêlos. Lavará suas roupas e banhará o corpo com água; então ficará puro.
  • “Aquele que estiver sendo purificado lavará suas roupas, rapará todos os seus pelos...” (v.8)

O ex-leproso agora começa uma transformação visível. Ele raspa cabelo, barba, sobrancelhas… Tudo muda. Isso simboliza um novo começo, uma nova identidade.


Aplicação prática:
  • A graça de Deus não apenas limpa o pecado - ela transforma quem somos. Para viver o novo, precisamos deixar o velho para trás: hábitos, pensamentos e até a imagem que construímos de nós mesmos (Efésios 4:22-24).


Complementar: 
  • (Romanos 12:1,2) (1) "Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. (2) Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."
  • (2 Coríntios 7:1) "Amados, visto que temos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus."


4) Aos poucos, a reintegração com a comunidade (10)

(10) "No oitavo dia pegará dois cordeiros sem defeito e uma cordeira de um ano sem defeito, juntamente com três jarros da melhor farinha amassada com óleo, como oferta de cereal, e uma caneca de óleo.
  • “Depois disso poderá entrar no acampamento, mas ficará fora da sua tenda por sete dias...” (v.8b)

A purificação é um processo. O ex-leproso começa a ser reintegrado à comunidade, passo a passo. Deus estava restaurando relacionamentos, comunhão e propósito.


Aplicação prática:
  • Quando Deus nos restaura, Ele também nos convida a restaurar nossa comunhão com os irmãos, com a igreja e com a missão.

Reflexão:
  • Ser perdoado é o início. Ser restaurado é uma jornada. Deus nos limpa, mas também nos ensina a viver de novo.

Complementar:
  • (Filipenses 1:6) "Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus."

5) O sangue e o óleo nos pontos-chave do corpo: (11–20)

(11) O sacerdote que faz a purificação apresentará ao Senhor, à entrada da Tenda do Encontro, tanto aquele que estiver para ser purificado como as suas ofertas.
(12) "Então o sacerdote pegará um dos cordeiros e o sacrificará como oferta pela culpa, juntamente com a caneca de óleo; ele os moverá perante o Senhor como gesto ritual de apresentação e
(13) matará o cordeiro no Lugar Santo, onde são sacrificados a oferta pelo pecado e o holocausto. Como se dá com a oferta pelo pecado, também a oferta pela culpa pertence ao sacerdote; é santíssima.
(14) O sacerdote porá um pouco do sangue da oferta pela culpa na ponta da orelha direita daquele que será purificado, no polegar da sua mão direita e no polegar do seu pé direito.
(15) Então o sacerdote pegará um pouco de óleo da caneca e o derramará na palma da sua própria mão esquerda,
(16) molhará o dedo direito no óleo que está na palma da mão esquerda, e com o dedo o aspergirá sete vezes perante o Senhor.
(17) O sacerdote ainda porá um pouco do óleo restante na palma da sua mão, na ponta da orelha direita daquele que está sendo purificado, no polegar da sua mão direita e no polegar do seu pé direito, em cima do sangue da oferta pela culpa.
(18) O óleo que restar na palma da sua mão, o sacerdote derramará sobre a cabeça daquele que está sendo purificado e fará propiciação por ele perante o Senhor.
(19) "Então o sacerdote sacrificará a oferta pelo pecado e fará propiciação em favor daquele que está sendo purificado da sua impureza. Depois disso, o sacerdote matará o animal do holocausto
(20) e o oferecerá sobre o altar, juntamente com a oferta de cereal; e assim fará propiciação pelo ofertante, o qual estará puro.
  • “O sacerdote pegará um pouco do sangue da oferta... e o colocará na orelha direita, na mão e no pé do que está sendo purificado.” (v.14)
Aqui, vemos o ápice do ritual: sangue e óleo são colocados na orelha, mão e pé. O sangue aponta para o sacrifício de Cristo. O óleo aponta para o Espírito Santo, que nos unge e sela.

Esses símbolos apontam para uma consagração total:
  • Orelha: ouvir a voz de Deus.
  • Mão: servir e agir conforme a vontade de Deus.
  • : andar nos caminhos que Deus planejou para nós.


Aplicação prática:
  • Quem é tocado pelo sangue de Jesus tem a vida inteira transformada: o que escuta, o que faz e por onde anda. A unção do Espírito Santo nos capacita a viver essa nova vida.

Complementar:
  • (Efésios 1:13) "Nele, quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados com o Espírito Santo da promessa."

6) A adoração como resposta: (19–20)

(19) "Então o sacerdote sacrificará a oferta pelo pecado e fará propiciação em favor daquele que está sendo purificado da sua impureza. Depois disso, o sacerdote matará o animal do holocausto

Isso quer dizer que o sacerdote apresentava a Deus um sacrifício para mostrar que os pecados da pessoa estavam sendo perdoados. Era como se dissesse: “Senhor, essa pessoa está voltando para Ti, limpa, e quer recomeçar.”

(20) e o oferecerá sobre o altar, juntamente com a oferta de cereal; 

O ex-leproso trazia também uma oferta de gratidão e adoração. Era a forma de reconhecer a bondade de Deus e se reconectar com Ele.

e assim fará propiciação pelo ofertante, o qual estará puro.

Propiciação significa que o sacrifício agradava a Deus, removia a culpa e restaurava o relacionamento da pessoa com Ele. Agora, ela era declarada pura e podia voltar a conviver com o povo e adorar no templo.
  • “Então o sacerdote sacrificará a oferta pelo pecado...” (v.19)
A última parte do ritual é um ato de adoração. O ex-leproso restaurado oferece sacrifícios e se reconecta com o altar.


Aplicação prática:
  • Deus não nos cura só para ficarmos bem. Ele nos cura para nos atrair de volta ao Seu coração. A adoração é a resposta sincera de quem foi alcançado pela graça.

Complementar:
  • (Hebreus 10:22–25) (22) "Sendo assim, aproximemo-nos de Deus com um coração sincero e com plena convicção de fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada e tendo os nossos corpos lavados com água pura. (23) Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel. (24) E consideremo-nos uns aos outros para incentivar-nos ao amor e às boas obras. (25) Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia."

7) A graça alcança todos, o pobre e o rico (21–23)

(21) "Se, todavia, for alguém pobre, sem recursos para isso, pegará um cordeiro como oferta pela culpa para ser movido para fazer propiciação por ele, juntamente com um jarro da melhor farinha, amassada com óleo, como oferta de cereal; uma caneca de óleo
(22) e duas rolinhas ou dois pombinhos, os quais ele tenha condições de ofertar, um como oferta pelo pecado e o outro como holocausto.
(23) "No oitavo dia ele os trará ao sacerdote, para a sua purificação, à entrada da Tenda do Encontro, perante o Senhor."
  • “Se alguém for pobre... poderá trazer rolinhas ou pombinhos...” (21–22)
Deus permite que quem não tem recursos traga ofertas mais simples, mas com o mesmo valor simbólico. Isso nos ensina que ninguém é excluído da restauração por causa da sua condição social.


Aplicação prática:
  • Deus não exige de você o que você não tem. O que Ele espera é um coração sincero e obediente.

Complementar:
  • (1 João 1:9) "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça."
  • (Mateus 11:28) "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso."

Conclusão: 

Um convite à restauração completa

Jesus ainda visita os “leprosos” de hoje - aqueles feridos, excluídos, e culpados - e os restaura com graça, sangue e unção. Basta se posicionar e dizer: “Eu quero ser limpo.”


Aplicação prática:
  • Ore pedindo a Jesus que te limpe das áreas “leprosas” da alma - culpa, mágoa, pecado escondido.
  • Leia João 5:1–9 e reflita sobre o paralítico que foi restaurado pela palavra de Cristo.
  • Compartilhe com alguém essa mensagem de restauração - seja sacerdote e leve esperança.

A salvação é pela graça, mas a santificação exige nossa entrega diária. É um processo ativo: Deus opera em nós, mas também espera que vivamos essa nova vida com intencionalidade.
  • (Isaías 1:18) - Ainda que seus pecados sejam vermelhos, se tornarão brancos como a neve.
    • (Marcos 1:40–42) - Jesus toca o leproso e o purifica.
    • (Romanos 8:1) - Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
    • (2 Coríntios 5:17) - “Se alguém está em Cristo, é nova criação.”
    • (Hebreus 4:15) - Jesus se compadece das nossas fraquezas.
    • (1 João 1:7) - “O sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.”
      • (1 João 1:9) - Se confessarmos nossos pecados, Ele é fiel para perdoar.


      Reflexão final:
      • Eu tenho vivido isolado espiritualmente por causa de alguma “lepra” que me condena?
      • Há algo na minha vida que me afastou da presença de Deus?
        • Eu tenho deixado Deus restaurar meus ouvidos, mãos e pés?
        • Estou permitindo que Deus restaure minha comunhão por completo?
          • Minha adoração tem sido uma resposta verdadeira à graça?

          Hoje é dia de recomeçar:
          • Volte ao altar. Reconecte-se com Deus. Viva como alguém totalmente restaurado.

          Graça e paz,
          Pra. Angela Caldas.

          domingo, 15 de junho de 2025

          Jeremias 29:13 - Uma promessa de encontro com Deus

          (Jeremias 29:13) "Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração."

          Essa poderosa promessa foi escrita pelo profeta Jeremias em uma carta enviada aos exilados judeus na Babilônia, por volta do século VI a.C. O povo de Judá havia sido levado cativo por causa da sua desobediência e idolatria, e Jeremias foi levantado por Deus para anunciar tanto o juízo quanto a esperança.

          No capítulo 29, Jeremias orienta os exilados a viverem com propósito mesmo longe de sua terra: construir casas, plantar, trabalhar e buscar a paz da cidade onde estavam. Deus deixava claro que o exílio não era abandono, mas uma disciplina corretiva. Havia um tempo determinado para o sofrimento - setenta anos, mas também havia uma promessa de restauração. E o centro dessa restauração seria a reconexão com Deus.


          O que significa "procurar de todo o coração"?

          Procurar a Deus de todo o coração é mais do que estudar a Palavra e orar. É um chamado a um envolvimento real, sincero e total. 


          Envolve:
          • Sinceridade e entrega completa.
          • Desejo intenso de conhecer e obedecer a Deus.
          • Abandono de distrações e reservas.
          • Colocar Deus como prioridade acima de tudo.

          Como procurar a Deus de todo o coração?
          • Orando com sinceridade e constância.
          • Estudando a Palavra com fome espiritual.
          • Vivendo em obediência aos princípios do Reino.
          • Cultivando comunhão com o Espírito Santo e com a Igreja.
          • Abrindo mão de tudo o que nos afasta d’Ele.

          O que significa “achar a Deus”?

          Achar a Deus é mais do que uma sensação - é o início de uma comunhão real com Ele. É sentir paz, amor, direção e sentido de vida. É viver uma transformação que só a presença d’Ele pode trazer. 


          Quem acha a Deus:
          • Descobre sua verdadeira identidade.
          • Passa a viver com propósito.
          • É fortalecido em meio às lutas.
          • Tem o coração cheio de esperança.

          E se eu parar de buscar?

          Quando deixamos de buscar a Deus, corremos o risco de esfriar na fé e perder a sensibilidade espiritual. A conexão com Ele não se mantém automática. É uma jornada de relacionamento constante, de crescimento, de comunhão.


          Em resumo:
          • Jeremias 29:13 é um convite pessoal e profundo. Deus está acessível. Ele não se esconde de quem O busca com o coração inteiro. Essa promessa continua viva hoje: quando nos entregamos por completo a Ele, experimentamos Sua presença, direção e graça.

          Graça e paz,
          Pra. Angela Caldas.

          sexta-feira, 13 de junho de 2025

          Um clamor que não limitou o poder de Deus

          É maravilhoso observar, por meio dos exemplos bíblicos, como o nosso Deus e Pai Celestial é soberano e amoroso. Ele ouve e responde às orações do Seu povo.
          • (Salmo 145:18) "O Senhor está perto de todos os que o invocam, de todos os que o invocam com sinceridade."
          A oração de Jabes aparece no meio de uma longa genealogia da tribo de Judá. Entre tantos nomes listados, o cronista bíblico faz uma pausa intencional para destacar não apenas o nome de Jabes, mas também um acontecimento marcante de sua vida: sua oração dirigida a Deus e a resposta que recebeu.

          Essa breve oração revela que Jabes cultivava um relacionamento pessoal com o Senhor. Seu clamor demonstra que ele confiava plenamente em Deus e acreditava que o Senhor era poderoso para transformar as circunstâncias daqueles que O buscam com sinceridade.
          • (Efésios 3:20,21) (20) "Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós, (21) a ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre! Amém!"

          (1 Crônicas 4:9,10)

          (9) "Jabez foi o homem mais respeitado de sua família.

          O texto não explica porque Jabes recebeu esse reconhecimento, mas com base nesses versículos podemos refletir sobre alguns motivos:
          • Ele se destacou por seu relacionamento com Deus. Era um homem de oração, de fé e de confiança em Deus e em Seu poder.

          • Fez uma oração objetiva, ousada, confiante e com propósito.

          • Não foi vítima da sua dor, vivendo de forma limitada, mas creu que Deus poderia transformar a tristeza em alegria.

          • Tornou-se um exemplo não somente para sua família, mas também para sua geração.


          Sua mãe lhe deu o nome de Jabez, dizendo: "Com muitas dores o dei à luz".
          • O nome de Jabes foi associado ao sofrimento, o que poderia definir negativamente sua história.

          (10) "Jabez orou ao Deus de Israel: 

          • Ao orar, Jabes demonstrou que acreditava no poder de Deus para mudar as circunstâncias.
          • Ele não buscou soluções humanas, mas clamou diretamente ao Senhor.

          Mesmo com um começo marcado pelo sofrimento, ele não permitiu que isso determinasse seu futuro.


          Complementar:

          No Antigo Testamento, Deus era como um pai para o povo de Israel:
          • (Êxodo 4:22,23) (22) "Depois diga ao faraó que assim diz o Senhor: Israel é o meu primeiro filho, (23) e eu já lhe disse que deixe o meu filho ir para prestar-me culto. Mas você não quis deixá-lo ir; por isso matarei o seu primeiro filho!" 
          • (Deuteronômio 1:31) "Também no deserto vocês viram como o Senhor, o seu Deus, os carregou, como um pai carrega seu filho, por todo o caminho que percorreram até chegarem a este lugar."
          • (Isaías 64:8) "Contudo, Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro; tu és o oleiro. Todos nós somos obra das tuas mãos."

          "Ah, abençoa-me 
          • Demonstra dependência total de Deus.
          Súplica material:
          e aumenta as minhas terras! 
          • Sinal de visão e desejo de expansão.

          É um clamor por provisão e ampliação de oportunidades.


          Súplica espiritual:
          Que a tua mão esteja comigo, 
          • Pedido de direção e presença divina.

          A mão de Deus representa poder, favor e orientação. Jabes desejava andar debaixo da liderança do Senhor, e não apenas obter bênçãos.


          Súplica emocional, física e espiritual:
          guardando-me de males e livrando-me de dores".
          • Busca por proteção e paz.
          Jabes pede para ser guardado dos sofrimentos e das limitações.


          Sua oração e fé agradaram ao Senhor, pois Deus atendeu ao seu pedido:
          E Deus atendeu ao seu pedido."

          A resposta divina confirma que o Senhor ouve orações feitas com fé e confiança no Seu poder.

          Para meditar:
          • O nosso Deus e Pai celestial é soberano, amoroso e misericordioso; Ele ouve e responde às orações do Seu povo.
          • A importância de ter um relacionamento pessoal com Deus, crendo que Ele ouve as nossas orações e responderá segundo a Sua vontade e o Seu propósito para a nossa vida.

          Graça e paz,
          Pra. Angela Caldas.